Tecendo redes de conhecimento no Ciberespaço

O que há de novo e inédito com as tecnologias da informação e da comunicação é a parceria cognitiva que elas estão começando a exercer na relação que o aprendente estabelece com elas.

Assman (2005, p.19)


Este blog é um espaço de compartilhamento de criações textuais diversas com o objetivo de criar uma rede de conhecimentos através das novas tecnologias e da inteiração em rede!

Bem Vindo...

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A sabedoria consiste na busca incessante do criar e recriar, onde os saberes são reinventados a cada instante em uma construção constante e ininterrupta!

Paula Oliveira

domingo, 11 de dezembro de 2011

Analfabetismo Funcional




O Brasil tem apresentado um discurso triunfalista em relação aos números que envolvem a educação no país. De acordo com os dados do MEC, o acesso à educação de crianças e adolescentes em idade escolar tem avançado de forma significativa. Ao considerarmos tais dados, é pertinente atentarmos para o fato de que o estudante brasileiro de certo modo, não é um leitor qualificado, pois o hábito de ler não indica que a leitura esteja sendo compreendida. Portanto a leitura fica sem sentido, sem significado.
Há alguns anos esse problema recebeu o nome de analfabetismo funcional. O termo passou a ser usado segundo instruções da Unesco, onde a partir de 1990 o IBGE, começou a adotar o termo em suas pesquisas. Para fins estatísticos passou a existir um padrão metodológico que levava em consideração o tempo de estudo da população pesquisada, onde analfabeto funcional seria aquela pessoa que estudou por quatro anos. Essa norma não é definitiva, levando-se em consideração o grande número de estudantes universitários que chegam ao ensino superior sem haverem construído hábitos de leitura, capazes de fomentar a capacidade de interpretar e compreender textos, consequentemente apresentam dificuldades em elaborar diferentes tipologias e gêneros textuais.
As novas tecnologias, em especial a internet, são apontadas por alguns especialistas como o causador desse caos intelectual, contudo na contramão desse raciocínio, há quem diga que a culpa não está nas novas tecnologias, ao contrário. De acordo com a Profª Rozeli Friasca o papel da internet é importante porque oferece um canal interessante de contato com o processo de leitura e escrita.
No concernente às implicações denotadas, podemos relacionar o fenômeno do letramento à formação de leitores no país, o resultado é que o universo dos livros e da leitura está aquém do cidadão comum. No âmbito escolar, proporcionar um trabalho interdisciplinar visando à valorização da leitura e do entendimento é relevante, inclusive ampliar as ações de trabalho com os alunos de forma a proporcionar-lhes diferentes opções de gêneros textuais, a socialização das interpretações e questionamentos para o crescimento de todos, objetivando a formação de bons leitores, para que este termo, analfabetismo funcional, quiçá torne-se obsoleto.
             Devemos como professores tomar algumas medidas de incentivo à leitura. No entanto isso envolve muitos outros fatores que acabam sendo postergados, como o fator social geral, a vida familiar, o próprio método de ensino desenvolvido nas escolas pelos professores que em sua maioria repassam aos seus alunos apenas da forma como aprenderam, e sabemos que foi uma educação bancária, aquela em que o professor é detentor do conhecimento e o aluno está ali para absorver daquilo que o professor passa, o máximo de informações possíveis para então, também deter determinados saberes.
        Não é uma tarefa fácil resolver essa situação, o analfabetismo funcional pode ser percebido em pessoas com apenas quatro anos de estudo, contudo percebemos que isso não parece ser definitivo ou determinante, visto que, um número notável de estudantes que chegam ao ensino superior sem compreender as leituras realizadas, sentem dificuldades na construção e interpretação de variadas tipologias textuais...O que fazer? Em suma faz-se necessário a apreensão de hábitos de leitura regulares na escola e fora dela, com incentivo à prática da construção dos mais variados tipos e gêneros textuais desde a infância, motivados pelo exemplo em casa, pois pais leitores formam filhos leitores, portanto essa é uma situação para ser resolvida num âmbito além das paredes das escolas, em conjunto com a própria sociedade que inclusive também não favorece essa construção. Muito vemos de competições entre as escolas, com incentivo à premiações, especialmente nos jogos escolares, se fossem realizadas olimpíadas de construção de textos, redações, dados um determinado tema com os mesmos incentivos que dão aos times de futebol ou vôlei, esses alunos certamente buscariam mais e provavelmente irão ser sanados os problemas concernentes ao analfabetismo funcional, que não prejudica apenas quem sofre dele, mas toda a sociedade acaba perdendo!

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