Tendemos
a nos envolver com tudo que a sociedade nos proporciona, sejam elas coisas
ruins ou boas, em relação a isso, a educação objetiva nos emoldurar nas
expectativas do meio social em que vivemos. Em detrimento ao homem a sociedade
capitalista surge abruptamente, trazendo consigo mazelas para a sociedade de
forma que muitos estejam por baixo e poucos por cima. A educação sendo um
mecanismo de ordem como pensam alguns, poderia servir para criar no homem a
capacidade de emancipar-se para livrar-se da opressão que o consome.
Ao estudar a sociedade Karl Marx
busca ver a realidade como ela é, mas perscrutando de todas as formas visando à
reconstrução e ao seu entendimento. Ele generalizou em suas práticas as
ciências sociais (a sociologia, a história e a economia política), por outro
lado seu pensamento pretende vislumbrar como a realidade deveria ser, ele fazia
filosofia e também era um militante político.
Intermediando a relação entre os
homens e a natureza e dos homens entre si, aparece o trabalho. É através dele
que o homem muda a natureza colocando ela a seu serviço. Através do trabalho o
homem vive e agrega valores, que favorecem a reflexão intelectual e a produção
de meios para potencialização dos seus resultados. Visto que, essa culminância
resulta na atividade produtiva para muitos e no esforço reflexivo para poucos,
onde por sua vez surgem as forças produtivas, que são necessárias porque o
homem precisa trabalhar para viver. No empenho de aumentar a produtividade
desencadeou-se uma divisão do trabalho determinando as forças produtivas que é
também a expressão da existência de diferentes formas de propriedade conduzindo
a uma separação básica que remete a desigualdade social. Quando os homens
assumem o controle sobre as forças produtivas, as relações de propriedade, a
este conjunto chamam “modo de produção”. Historicamente passaram por diversas
transformações destacando: o modo de produção escravista antigo, o modo de
produção feudal e o modo de produção capitalista. As classes sociais surgem
dessas diferentes relações de propriedade. A diferença entre as classes sociais
obriga a cada um conduzir a sua vida da forma como está obrigado a fazer, como
está obrigado a trabalhar e viver. A classe dominante é construída para
sobressair-se, através de uma luta que assumiram, que criaram entre as classes
sociais. A busca pelo lucro imediato fomentou e conduziu ao capitalismo,
reforçado pelo desenvolvimento tecnológico daqueles séculos surgindo a
necessidade de abandonar o artesanato e viver de salário nas fábricas. O
capitalismo separou o trabalhador da sua autonomia, a qual era exercida através
do seu trabalho, ele passa a perceber o trabalho como algo fora de si, o que
Marx dá o nome de alienação, eles adquirem uma consciência falsa do mundo em
que vivem, a dominação de uma classe sobre a outra vêem como fatos naturais. Já
a ideologia é um sistema de idéias ordenadas de concepções, de regras e de
normas que obrigam os homens a comportarem-se segundo a vontade do sistema.
O capitalismo mudou o modo de viver,
pensar e de agir das classes sociais que eram divididas entre as dominadoras e
as dominadas, Marx diz que o salário não remunera todo o trabalho realizado,
mas apenas uma parte dele, a outra parte é apropriada pelo capitalista e se
transforma em lucro.
Educar no mundo industrial era
identificada como uma arma valiosa a ser empregada em favor da emancipação do
ser humano, de sua libertação, da exploração e do jugo do capital. Entretanto
essa educação era mais para a alienação do que para a emancipação, devido a ser
um direito de quem está no poder, instrumento da ideologia da classe dominante,
um modelo que não serve para a classe trabalhadora.
A educação na
sociedade capitalista é um elemento de manutenção da hierarquia social, sendo
assim a pobreza do aluno o afasta de um
sistema educacional que vise a sua emancipação. Contudo, a integração do estudo
com o trabalho constitui-se na maneira de sair da alienação crescente trazer o
homem à sociedade, onde deve ser realizada desde a infância. O básico é que
haja educação para o ensino intelectual, o desenvolvimento físico e o
aprendizado profissional polivalente. A classe trabalhadora onde há
predominância de alunos pobres, conduz para a vida uma consciência negativa da
sua vida e das suas perspectivas de futuro, havendo a necessidade de um
processo educativo voltado aos interesses da grande maioria excluída.
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